Política

Manifestantes e polícia entram em confronto em Roma

Alunos e docentes da Sapienza são contra parcerias com Israel

Manifestação em Roma

Redazione Ansa

(ANSA) - Uma manifestação terminou em confronto, agressões e prisões nesta terça-feira (16) na Universidade La Sapienza de Roma.

O protesto foi para pedir que a instituição suspenda seus projetos de colaboração acadêmica com universidades israelenses, em meio à guerra entre o país judeu e a organização fundamentalista islâmica Hamas.

Estudantes, docentes e pesquisadores criticam especialmente um acordo entre o ministério israelense da Inovação, Ciência e Tecnologia e a pasta italiana das Relações Exteriores para financiar projetos de pesquisa entre os dois países.

Para os manifestantes, há o risco de financiar tecnologias “dual use” – que possam ser usadas tanto para fins civis quanto para propósitos militares. Eles vinham pedindo ao senado acadêmico, que representa os estudantes e os docentes, que a universidade não participasse, mas não tiveram retorno.

Durante uma nova reunião do senado acadêmico nesta terça, duas estudantes se acorrentaram na entrada da reitoria, e um protesto com diversos comitês estudantis foi realizado, entoando palavras de ordem como “fora a guerra das universidades” e levando cartazes em apoio à causa palestina.

Em frente à reitoria, um professor leu o apelo assinado por 2,5 mil integrantes da comunidade acadêmica, reivindicando o fim de todas as colaborações entre a Sapienza e instituições israelenses, a indústria bélica e as forças armadas italianas, além da demissão da reitora Antonella Polimeni.

Ao deixarem o campus, os estudantes foram bloqueados pelas forças de ordem. Ao menos dois estudantes teriam sido presos, um por danificar uma viatura e uma por agressão a um agente.

Em nota, a Sapienza rejeitou “a ideia de que o boicote à colaboração científica internacional, a renúncia à liberdade de ensino e pesquisa, e a negação das responsabilidades associadas de cada pesquisador individual possam promover a paz e o respeito à dignidade humana", mas expressou "dor e horror com a escalada militar e com a crise humanitária em curso na Palestina".

Representantes do governo se solidarizaram com a gestão da Universidade e condenaram a manifestação. “Plena condenação pelas violências por parte de coletivos em Roma. Destruições, agressões, confrontos, isso não é manifestação, é delinquência”, escreveu a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

“O que está acontecendo é vergonhoso. O protesto legítimo nunca pode levar à violência e à opressão. A decisão do Senado mostra que a comunidade acadêmica não aceita imposições de uma minoria que quer isolar as universidades italianas do contexto internacional. A pesquisa não é boicotada”, disse a ministra da Universidade, Anna Maria Bernini.

 (ANSA).
   

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