(ANSA) - O Brasil pode representar a resposta sustentável às crises logística, ambiental e energética que o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) arrisca causar no mundo.
Essa é a convicção de Alessandro Lombardi, presidente da empresa de data center do Brasil, Elea Digital, em sua participação no painel "Oportunidades e Ameaças da Inteligência Artificial para o Brasil", durante um seminário internacional organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) no Rio de Janeiro.
O desenvolvimento da IA enfrenta desafios significativos em termos de infraestrutura digital. Para sustentar a tecnologia, é necessário o desenvolvimento de computadores com maior capacidade de processamento, mais cabos de fibra óptica e muito mais espaço de armazenamento.
Os edifícios que abrigam os servidores também precisam ser refrigerados e, por isso, consomem muita energia.
"As Tecnologias da Informação já consomem 6% da energia mundial; a IA, em poucos anos, poderia requerer um quinto da energia produzida globalmente. Se a revolução digital não for acompanhada de maneira responsável, pode ser perigosa para todos", alerta Lombardi.
O gigante sul-americano, segundo o empresário italiano, já possui "todas as características" para se tornar um hub de data centers que outros países terão dificuldades em hospedar, graças a uma "matriz renovável, rede elétrica estável e espaço físico para abrigar infraestruturas críticas".
Muitos países já enfrentam dificuldades com armazenamento e alimentação de data centers. Para o Brasil, ele argumenta, bastaria convidar as empresas a construírem seus próprios data centers no país, capturando um fluxo estimado em 500 bilhões de dólares para investir nos próximos anos, criando empregos e atraindo mão de obra qualificada. (ANSA).